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MAIS UM CASO DE
Sob o título "Ajuda externa ampara enxadrista em apuros", a história foi revelada por Rakesh Rao, repórter cativo de esportes e Xadrez de um dos mais prestigiados jornais da Índia, o The Hindu. Ele denuncia a fraude no Xadrez, que está desenfreada com a tecnologia móvel crescendo cada vez mais, fazendo com que os jogadores de menor rating obtenham ajuda externa durante uma partida. Rakesh narra a história do episódio mais recente, que vem apenas duas semanas depois que um jogador foi pego usando um smartphone, o qual estava escondido em um box de banheiro, para melhorar a qualidade de seus lances, durante o Aberto de Dubai. O jogador, Gaioz Nigalidze, era um grande mestre que tinha sensacionalmente vencido o campeonato da Georgia por duas vezes consecutivas. No caso em questão, o enxadrista que foi capturado durante a quinta rodada do torneio aberto Dr. Hedgewar, realizado em Nova Delhi, tinha um rating de apenas 1517, mas ele jogou melhor do que o GM Praveen Thipsay, que tem quase 900 pontos a mais na escala Elo. O jogador, que venceu o GM em 87 movimentos, tinha 19 anos de idade e se chamava Dhruv Kakkar. Muito antes do jogo terminar, seu adversário havia se queixado ao árbitro principal. "Eu notei que ele estava levando cerca de dois minutos para realizar cada movimento, mesmo se fosse um movimento complexo ou uma simples captura de peças com um peão", disse Thipsay ao The Hindu. "Eu expressei minhas dúvidas ao árbitro principal, que me pediu para continuar. Por volta do lance 29 eu estava visivelmente perdido e optei por propor um empate. Ele prontamente recusou a oferta. Minhas dúvidas se confirmaram quando ele deixou passar linhas vencedoras simples, tal como estivesse esperando por uma confirmação de alguém. Eu concluí que ele havia entendido mal o movimento e por isso jogado de forma incorreta."
As baterias estavam conectadas a um fio, escondido sob a camisa, que passava em volta do pescoço. Elas também estavam conectadas aos telefones presos em cada perna, logo acima do tornozelo. O jogador também carregava duas baterias de reposição em sua mochila, provavelmente para a rodada seguinte.
Finalmente, os inspetores encontraram um micro-autofalante escondido no ouvido esquerdo de Kakkar. Isto permitia-lhe ouvir os lances ditados por seu amigo Shubham, que estava em Yamuna Nagar, sentado diante de um computador usando o software de Xadrez Fritz, distante cerca de 220 km, no estado de Haryana. Dhruv Kakkar, um estudante de Yamuna Nagar, cursando o segundo ano de engenharia eletrônica, confessou a fraude em uma carta escrita. Ele admitiu ao The Hindu que ele usou a engenhoca para vencer as quatro primeiras rodadas (contra jogadores com rating de 0, 1913, 2104 e 2258). "Eu fiz esse dispositivo e treinei usá-lo com o meu amigo por três dias antes de utilizá-lo nesse evento", disse. Possivelmente seu comparsa ditaria os possíveis movimentos que poderiam ter sido feitos pelo seu adversário e Kakkar iria bater o pé quando o movimento correto fosse ditado. O programa Fritz, então, calcularia uma resposta que Shubham iria ler e Kakkar iria jogar.
O árbitro principal, Dharmendra Kumar, imediatamente expulsou Kakkar do torneio. Os dois fraudadores foram convidados a comparecem a um interrogatório, depois que Kakkar viajou de Yamuna Nagar até a capital nacional, que fica a 220 quilômetros de distância. Na presença do secretário geral R. S. Tiwari e do secretário da Associação de Xadrez de Delhi, A. K. Verma, tanto Dhruv como Shubham admitiram a fraude. Os dois foram posteriormente autorizados a voltar para Yamuna Nagar. O árbitro principal disse que iria enviar para a AICF (Federação Indiana de Xadrez) um relatório detalhado, fotografias e os dispositivos utilizados pelo jogador para fraudar, para as devidas providências. A AICF irá informar a FIDE sobre o ocorrido. O prêmio do torneio Dr. Hedgeware era 1.000.000 rúpias.
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