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O Xadrez eletrônico sempre despertou fascínio nos seres humanos. A possibilidade de jogar contra uma máquina que "pensa" é, ao mesmo tempo, deslumbrante e assustadora. Como pode uma máquina pensar, raciocinar, antever aquilo que passou pela mente de um humano e, a partir disso, tomar as decisões acertadas no sentido de vencer uma partida que está sendo disputada? Como pode uma máquina avaliar qualitativamente uma posição no tabuleiro, calcular as possibilidades de êxito para variados lances e optar pelo melhor? Realmente, quanto mais se conhece a respeito do jogo de Xadrez, mais se fica fascinado diante do fato de saber que uma máquina é capaz de jogar, e com perfeição. Antes do surgimento dos tradicionais computadores pessoais, tais como esse onde você deve estar lendo essa matéria, os computadores de Xadrez, também conhecidos como Xadrez Eletrônico, eram aparelhos exclusivamente dedicados ao jogo, constituindo-se de um tabuleiro com peças e, ligados a esse tabuleiro, ou não, chips que abrigavam a programação que os possibilitava jogar. Havia uma interface através da qual o jogador humano poderia digitar seus lances e receber os lances dados pelo computador, devendo em seguida mover as peças no tabuleiro conforme os lances recebidos.
Com o passar do tempo, esses computadores de Xadrez foram evoluindo e os programas que os faziam jogar foram ficando cada vez mais aperfeiçoados e fortes. Gradativamente, a interface utilizada pelo jogador para digitar seus lances e receber os lances do computador foi sendo substituída por tabuleiros sensíveis ao toque que captavam e computavam o movimento das peças, não havendo mais a necessidade por parte do jogador de digitá-los. Também, o movimento das peças do computador passou a ser fornecido por leds que se acendiam no tabuleiro, ou ao seu redor, indicando as peças que deveriam ser movidas, sua casa de origem e destino.
A partir do desenvolvimento dos computadores pessoais (Desktops) e dos modernos circuitos de processamento de dados, foram surgindo programas que jogam Xadrez extremamente avançados e poderosos e os tabuleiros de Xadrez Eletrônico perderam um pouco de seu prestígio, afinal, um processador de um Desktop é muito mais poderoso do que um chip dedicado de um computador de Xadrez, podendo abrigar programas de jogar muito mais complexos e poderosos. Nesses casos, o tabuleiro dos tradicionais computadores de Xadrez foi substituído por um tabuleiro virtual, que aparece desenhado no monitor do Desktop, mostrando as peças, os lances, tudo tal qual seria sobre um tabuleiro real.
Hoje, os mais avançados programas de Xadrez que rodam nos Desktops são absolutamente imbatíveis, sendo que nenhum ser humano é capaz de subjugá-los. Paralelamente ao desenvolvimento desses incríveis e invencíves programas, os computadores de Xadrez típicos também apresentaram uma evolução, passando a abrigar programas mais elaborados e oferendo uma interface de jogo mais simples e eficiente. Claro que jamais chegarão ao nível de força de um programa para Desktop, mas conseguem, sem dificuldade, equiparar-se a jogadores profissionais e experientes.
NOVAG CITRINE Embora os programas de Xadrez para Desktop sejam o que de mais avançado existe atualmente em termos de força de jogo, jogar contra um computador de Xadrez tradicional, com tabuleiro e peças palpáveis, ainda desperta uma sensação não transmitida pelos programas atuais.
A Novag (atualmente Perfect Technology Ltd.) é uma tradicional fabricante de computadores de Xadrez e o Citrine é o seu mais avançado modelo. A equipe do P4R adquiriu esse que pode ser considerado o mais moderno computador de Xadrez da atualidade, o Novag Citrine (em sua versão final), e elaborou um breve review do aparelho, destacando suas qualidades e comparando seu jogo com um dos mais poderosos programas para Desktop, o Houdini 3, mostrando através de duas partidas o desempenho de ambos.
Acompanham o kit do Novag Citrine os seguintes itens: _ O computador propriamente dito Comparado a outros computadores de Xadrez, é extremamente bonito e refinado. Inteiramente feito de madeira, o próprio tabuleiro abriga, em seu interior, os chips de processamento. O seu preço, no exterior, oscila em torno de 380 dólares.
Interessante observar que o Citrine não possui uma interface separada para comunicação com o jogador. Praticamente toda a comunicação é feita através de leds que circundam todas as casas do próprio tabuleiro. Para cada casa, são 4 leds vermelhos que a envolvem. O visor LCD é um mero acessório que pode ser dispensado durante as partidas.
Para o computador mostrar o lance que pretende executar, os leds da casa onde se encontra a peça que vai ser movimentada se acendem, ao mesmo tempo que se acendem, e começam a piscar, os leds da casa para onde essa peça deve ir. Assim fica fácil executar o movimento, bastando retirar a peça de sua casa origem e colocá-la no seu destino. Nesse momento é que fica evidente o avanço do Novag Citrine, pois ele reconhece quando uma peça é retirada de sua casa e quando é colocada em outra casa. Tudo se deve a sensores magnéticos embutidos nas peças e no tabuleiro. Basta apenas movimentar a peça, sem pressioná-la contra o tabuleiro, e o lance dado é imediatamente computado. O visor que acompanha o computador é um acessório adicional, porém sem grande importância para o transcurso normal de uma partida, visto que os lances são todos mostrados a partir do próprio tabuleiro. Tem importância quando se joga partidas relâmpago, mostrando os tempos transcorridos, e quando se pretende montar uma posição específica no tabuleiro, para análise ou solução de um problema, quando indica as peças que devem ser colocadas em posição.
As peças que acompanham o produto são de madeira, bonitas e bem trabalhadas. São relativamente leves e como possuem sensores embutidos em seu interior, não podem ser substituídas por outras, mas existem jogos de peças alternativos avulsos no comércio, especialmente desenvolvidos para serem utilizados com o Citrine.
Características principais: _ 128 níveis de jogo (64 x 2, habilitando a função EASY) A função EASY, quando habilitada, faz com que o computador não "pense" durante o tempo em que seu adversário estiver pensando, limitando sua atuação somente para quando for sua vez de jogar, e consequentemente reduzindo sua força de jogo.
Como ponto negativo, podemos ressaltar que, além da falta de uma conexão USB com o Desktop, como o Citrine não aceita alimentação por pilhas ou bateria, sempre que é desconectado da tomada sua memória é zerada, ou seja, são perdidas todas as configurações feitas anteriormente, como por exemplo a escolha do nível de jogo, o não uso de sinais sonoros e a habilitação da função EASY, devendo todas elas serem refeitas ao se ligar o computador novamente, a não ser que se deseje jogar nas condições padrão do aparelho. Outro ponto negativo é a ausência de uma bolsa de transporte, pois entendemos que um computador de Xadrez desse nível merecia ao menos uma simples bolsa ou mochila onde pudesse, juntamente com seus acessórios, ser transportado adequadamente. Computadores inferiores, como o modelo Obsidian da própria Novag, são comercializados com esse diferencial. Concluindo, podemos afirmar que se você, tal como nós, é realmente um entusiasta do Xadrez e não se importa em gastar uma considerável quantia de dinheiro para possuir esse top de linha, vale a pena investir em sua aquisição. Além de ser um bonito computador, serve também como tabuleiro para duas pessoas jogarem, ocasião em que pode atuar como árbitro, apontando lances incorretos. Embora seu nível de jogo seja bastante inferior ao dos mestres atuais, ainda impressiona pela rapidez com a qual executa seus lances. Se por um lado pode parecer pouco para um jogador mais experimentado, para jogadores iniciantes e de nível mediano é uma magnífica aquisição, da qual dificilmente se arrependerão. Abaixo pode-se conferir o desempenho do Novag Citrine frente a um dos melhores programas de Xadrez da atualidade, o Houdini 3, e frente ao computador Mephisto Chess Challenger, da fabricante Saitek, em violentos e dolorosos combates.
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